Dino sugere que STF revisite a decisão que permitiu a ampla terceirização

Notícias • 01 de Novembro de 2024

Dino sugere que STF revisite a decisão que permitiu a ampla terceirização

Isso tem a ver com fraudes que estão se generalizando por conta da má interpretação dos precedentes do tribunal, disse o ministro

Durante um julgamento da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje, em que se discutia o reconhecimento de vínculo empregatício de um contra-regra com uma produtora de audiovisuais, o ministro Flávio Dino sugeriu que a Corte “revisite” o julgamento que permitiu a terceirização ampla no Brasil - o que incluiu a atividade-fim, que é a principal de cada empresa. De acordo com o ministro, há uma confusão entre a “pejotização e a terceirização”, o que estaria gerando precarização dos trabalhadores brasileiros.

"Eu acho que nós tínhamos que revisitar o tema não para rever a jurisprudência, mas para delimitar até onde ela vai, porque hoje nós vamos virar uma nação de pejotizados", declarou Dino. "Isso não tem nada a ver com Uber, isso tem a ver com fraudes que estão se generalizando exatamente por conta dessa má interpretação dos precedentes do tribunal", complementou.

Iniciou-se um debate entre os ministros sobre as questões trabalhistas. Alexandre de Moraes lembrou o crescimento das reclamações trabalhistas na Corte, disse que há uma conveniência da “pejotização” tanto do prestador de serviços quanto do tomador para se pagar menos tributos. E, por fim, quando há discordâncias, os processos começam a surgir e chegar ao STF.

Para Dino, essa confusão entre PJs e terceirização tem causado uma fraude contra os direitos trabalhistas. "A carga tributária e a carga previdenciária são menores na pejotização. Então eu concordo, ministro Alexandre, que há um jogo de conveniência amplo", contextualizou.

"E, neste caso, o que vai acontecer? Esse PJ vai envelhecer e não vai ter aposentadoria, ele vai sofrer acidente de trabalho e não terá benefício previdenciário, se for uma mulher ela vai engravidar, eventualmente, e não terá licença de gestante", exemplificou.

Em 2018, o Supremo entendeu que é lícita a terceirização em todas as etapas do processo  produtivo, seja meio ou fim. Desde então, diversas reclamações têm chegado à Corte a partir desse precedente para confirmar vínculo empregatício em diversas categorias. Contudo, o STF vem afastando o reconhecimento de vínculo no caso de entregadores de aplicativos e corretores e consultoria imobiliária.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

César Romeu Nazario

OAB/RS 17.832

Veja mais publicações

Notícias Montador de móveis que se deslocava em moto receberá adicional de periculosidade
24 de Agosto de 2022

Montador de móveis que se deslocava em moto receberá adicional de periculosidade

A partir de 2014, a atividade passou a ser enquadrada como perigosa 22/08/22 – A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Via...

Leia mais
Notícias eSocial – Prorrogados os prazos para implantação do eSocial
31 de Agosto de 2016

eSocial – Prorrogados os prazos para implantação do eSocial

Foi publicada no Diário Oficial de hoje, 31-8, a Resolução 2 CD-eSocial, de 30-8-2016, que fixa cronograma a ser observado pelas empresas para...

Leia mais
Notícias Empresa de alimentação não pode calcular aprendizes com base nos locais de prestação de serviços
17 de Agosto de 2023

Empresa de alimentação não pode calcular aprendizes com base nos locais de prestação de serviços

A cota deve ser calculada pelo número total de empregados vinculados ao seu CNPJ. A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o exame do...

Leia mais

Assine a nossa newsletter e receba direto no seu e-mail nossas novidades.

Contato

Para enviar uma mensagem, preencha o formulário ao lado. Se você preferir, mande um e-mail para:

contato@nazarioadvogados.com.br

51 99102-4836

51 3594-6682