REFORMA TRABALHISTA E A PREVALÊNCIA DAS NORMAS COLETIVAS

Notícias • 22 de Fevereiro de 2018

REFORMA TRABALHISTA E A PREVALÊNCIA DAS NORMAS COLETIVAS

Um dos pontos de maior destaque na Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) diz respeito a prevalência das Normas Coletivas. Com a reforma, os Acordos Coletivos ou Convenções Coletivas tem preponderância sobre alguns temas na Legislação existente, em razão do Princípio da Autodeterminação Coletiva.

A negociação coletiva como forma de incentivo à autocomposição do conflitos possui amparo na própria Constituição Federal, que no artigo 8º, veda a interferência do  Estado na organização sindical.

Ainda, o inciso XXVI do artigo 7o da CF/88 expressamente determina a observância plena aos Acordos e Convenções Coletivas das categorias.

Em reforço as previsões de índole constitucional, a Lei nº 13.467/2017 esclarece expressamente o que pode ser objeto de negociação coletiva.

Neste aspecto, merece destaque o artigo 611-A da Consolidação das Leis do Trabalho, acrescentado pela Lei 13.467/2007, o qual dispõe sobre a prevalência do negociado sobre o legislado, enumerando os temas que podem ser objeto de negociação:

I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;

II – banco de horas anual:

III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;

IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei 13189/2015;

V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;

VI – regulamento empresarial;

VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;

VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;

IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual;

X – modalidade de registro de jornada de trabalho;

XI – troca do dia de feriado;

XII – enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;

XIII – (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017)

XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo;

 XV – participação nos lucros ou resultados da empresa.

De outro lado, o artigo 611-B dispõe sobre os temas que não podem ser objeto de livre negociação.

As Convenções e Acordos Coletivo passam a ser de suma importância na solução de conflitos entre  os interesses de empregados e empregadores, quanto as regras que norteiam o contrato de trabalho.

César Romeu Nazario
Advogado
OAB/RS 17.832

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